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Surdez | Mãos em Movimento Libras e Educação Especial - Part 93

Rato – música em Libras

O mundo encantado das histórias infantis

Este blog apresentaq os sinais utilizados em histórias infantis:

http://omundoencantadoemlibras.blogspot.com

Identidades surdas

Por Gladis Perlin (Surda)

Poderíamos identificar as pessoas surdas pelas diferenças que possuem. Elas são observáveis facilmente. No momento distinguiremos algumas categorias para as diferentes identidades surdas.

1. Identidades Surdas (identidade política)

Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela política surda. São mais presentes em surdos que pertencem à comunidade surda e apresentam características culturais como sejam:
1. Possuem a experiência visual que determina formas de comportamento, cultura, língua, etc
2. Carregam consigo a língua de sinais. Usam sinais sempre, pois é sua forma de expressão. Eles têm um costume bastante presente que os diferencia dos ouvintes e que caracteriza a diferença surda: a captação da mensagem é visual e não auditiva o envio de mensagens não usa o aparelho fonador, usa as mãos.
3. Aceitam-se como surdos, sabem que são surdos e assumem um comportamento de pessoas surdas. Entram facilmente na política com identidade surda, onde impera a diferença: necessidade de intérpretes, de educação diferenciada, de língua de sinais, etc..
4. Passam aos outros surdos sua cultura, sua forma de ser diferente;
5. Assumem uma posição de resistência.
6. Assumem uma posição que avança em busca de delineação da identidade cultural
7. Assimilam pouco, ou não conseguem assimilar a ordem da língua falada, tem dificuldade de entendê-la;
8. A escrita obedece à estrutura da língua de sinais, pode igualar-se a língua escrita, com reservas.
9. Tem suas comunidades, associações, e/ou órgãos representativos e compartilham entre si suas dificuldades, aspirações, utopias.
10. Usam tecnologia diferenciada: legenda e sinais na TV, telefone especial, campainha luminosa.
11. Tem uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo com animais.

2. Identidades Surdas Híbridas

Ou seja os surdos que nasceram ouvintes e com o tempo alguma doença, acidente, etc. os deixou surdos:
1. Dependendo da idade em que a surdez chegou, conhecem a estrutura do português falado e o envio ou a captação da mensagem vez ou outra é na forma da língua oral.
2. Usam língua oral ou língua de sinais para captar a mensagem. Esta identidade também é bastante diferenciada, alguns não usam mais a língua oral e usam sinais sempre.
3. Assumem um comportamento de pessoas surdas, ex: usam tecnologia para surdos…
4. Convive pacificamente com as identidades surdas.
12. Assimilam um pouco mais que os outros surdos, ou não conseguem assimilar a ordem da língua falada, tem dificuldade de entendê-la;
13. A escrita obedece a estrutura da língua de sinais, pode igualar-se a língua escrita, com reservas.
14. Participam das comunidades, associações, e/ou órgãos representativos e compartilham com as identidades surdas suas dificuldades, políticas, aspirações e utopias.
15. Aceitam-se como surdos, sabem que são surdos, exigem intérpretes, legenda e sinais na TV, telefone especial, companhia luminosa,
16. Também em uma diferente forma de relacionar-se com as pessoas e mesmo com animais.

3. Identidades Surdas Flutuantes.

Os surdos que não tem contato com a comunidade surda. Para Karol Paden são outra categoria de surdos visto de não contarem com os benefícios da cultura surda. Eles também têm algumas características particulares.
1. Seguem a representação da identidade ouvinte
2. Estão em dependência no mundo dos ouvintes seguem os seus princípios, respeitam-nos colocam-nos acima dos princípios da comunidade surda, às vezes competem com ouvintes, pois que são induzidos no modelo da identidade ouvinte;
3. Não participam da comunidade surda, associações e lutas políticas.
4. Desconhecem ou rejeitam a presença do intérprete de língua de sinais
5. Orgulham-se de saber falar “corretamente”
6. Demonstram resistências a língua de sinais, cultura surda visto que isto, para eles, representa estereotipo.
7. Não conseguiram identificar-se como surdos, sentem-se sempre inferiores aos ouvintes; isto pode causar muitas vezes depressão, fuga, suicídio, acusação aos outros surdos, competição com ouvintes, há alguns que vivem na angustia no desejo continuo de ser ouvintes.
8. São as vitimas da ideologia oralista, da inclusão, da educação clinica, do preconceito e do preconceito da surdez
9. São surdos, quer ouçam algum som, quer não ouçam, persistem em usar aparelhos auriculares, não usam tecnologia dos surdos.

4. Identidades Surdas Embaçadas

As identidades surdas embaçadas são outro tipo que podemos encontrar diante da representação estereotipada da surdez ou desconhecimento da surdez como questão cultural.
1. Os surdos não conseguem captar a representação da identidade ouvinte. Nem consegue compreender a fala
2. O surdo não tem condições de usar língua de sinais, não lhe foi ensinada nem teve contato com a mesma.
3. São pessoas vistas como incapacitadas
4. Neste ponto, ouvintes determinam seus comportamentos, vida e aprendizados.
5. É uma situação de deficiência, de incapacidade, de inércia, de revolta.
6. Existem casos de aprisionamento de surdos na família, seja pelo estereotipo ou pelo preconceito, fazendo com que alguns surdos se tornem incapacitados de chegar ao saber ou de decidirem-se por si mesmos.
7. Na família a falta de informação sobre o surdo é total e geralmente predomina a opinião do médico, e algumas clínicas reproduzem uma ideologia contra o reconhecimento da diferença.
8. Estes são alguns mecanismos de poder construído pelos ouvintes sob representações clínicas da surdez, colocando o surdo entre os deficientes ou retardados mentais.

5. Identidades surdas de transição

Estão presentes na situação dos surdos que devido a sua condição social viveram em ambientes sem contato com a identidade surda ou que se afastam da identidade surda.
1. Vivem no momento de transito entre uma identidade a outra.
2. Se a aquisição da cultura surda não se dá na infância, normalmente a maioria dos surdos precisa passar por este momento de transição, visto que grande parte deles são filhos de pais ouvintes.
3. No momento em que esses surdos conseguem contato com a comunidade surda, a situação muda e eles passam pela des-ouvintização, ou seja, rejeição da representação da identidade ouvinte.
4. Embora passando por essa des-ouvintização, os surdos ficam com seqüelas da representação, o que fica evidenciado em sua identidade em construção.
5. Há uma passagem da comunicação visual/oral para a comunicação visual/sinalizada.
6. Para os surdos em transição para a representação ouvinte, ou seja a identidade flutuante se dá o contrário.

6. Identidades Surdas de Diáspora

As Identidades de diáspora divergem das identidades de transição. Estão presentes entre os surdos que passam de um país a outro ou, inclusive passam de um Estado brasileiro a outro, ou ainda de um grupo surdo a outro. Ela pode ser identificada como o surdo carioca, o surdo brasileiro, o surdo norte americano. É uma identidade muito presente e marcada.

7. Identidades intermediárias.

O que vai determinar a identidade surda é sempre a experiência visual. Neste caso, em vista desta característica diferente distinguimos a identidade ouvinte da identidade surda. Temos também a identidade intermediaria geralmente identificada como sendo surda. Essas pessoas tem outra identidade, pois tem uma característica que não lhes permite esta identidade isto é a sua captação de mensagens não é totalmente na experiência visual que determina a identidade surda.
1. Apresentam alguma porcentagem de surdez, mas levam uma vida de ouvintes.
2. Para estes são de importância os aparelhos de audição,
3. Importância do treinamento oral,
4. Busca de amplificadores de som…
5. Não uso de intérpretes de cultura surda, etc…
6. Quando presente na comunidade surda, geralmente se posiciona contra uso de interpretes ou considera o surdo como menos dotado e não entende a necessidade de língua de sinais de interpretes…
7. Tem dificuldade de encontrar sua identidade visto que não é surdo nem ouvinte.

Conclusão:

As diferentes identidades surdas são bastante complexas, diversificadas. Isto pode ser constatado nesta divisão por identidades onde tem-se ocasião para identificar outras muitas identidades surdas, ex: surdos filhos de pais surdos; surdos que não tem nenhum contato com surdo, surdos que nasceram na cidade, ou que tiveram contato com língua de sinais desde a infância etc…Como dissemos, a identidade surda não é estável, está em contínua mudança. Os surdos não podem ser um grupo de identidade homogênea. Há que se respeitar as diferentes identidades.

Em todo caso para a construção destas identidades impera sempre a identidade cultural, ou seja a identidade surda como ponto de partida para identificar as outras identidades surdas. Esta identidade se caracteriza também como identidade política, pois está no centro das produções culturais.

Fonte: http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=1347&cod_canal=11

Meu comentário (Natalia Frazão)

Problema: Por que é necessário diversificar identidades surdas?

Identidade surda é que preserva a vida dos Surdos. Certamente, é importante manifestar a língua de sinais, como a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), para formar uma comunicação visual-espacial entre semelhantes que consigam compreender o que estão dizendo, representando ou percebendo, no entanto por que precisa diversificar identidades surdas? Para que pôr diferenças nas pessoas surdas as quais possuem características não iguais?

É preciso relembrar o problema de classes sociais, porque quando colocaram duas coisas opostas ou lados contrários das pessoas na sociedade, como classes sociais. Como aquele livro dos Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto do Partido Comunista, que discorre o problema social devido às diferenças das classes sociais, por exemplo, burguesia versus proletário. Por que mostra esse livro em relação das identidades surdas? Porque a autora, Gladis Perlin, escreve para perceber ou ver quais são diferenças características dos surdos para nomear palavras técnicas de identidade. Isto é que pode ocorrer um problema para Surdos e surdos, porque talvez eles vão sentir ou viver à pele de antagonismo, como pessoas põem sua hostilidade contra outros, que não são iguais nem parecidos com elas, também como surdos políticos versus surdos híbridos versus surdos flutuantes e assim por diante.

Não é justamente diversificar identidades surdas, já que se evidencia o preconceito. De mesmo modo não percebe que essa diversificação vai gerar mais grupos sociais, logo que criará problema sério a todos. Pode ser visto um exemplo que acontece na nossa sociedade que nós vivemos, antes classes socais (estou referindo à renda) eram assim como A, B e C e agora classes sociais são AAA, A, B, C, E, F etc. Certamente, é absurdo ver isso, porque já criando ou problematizando mais a desigualdade social.

No meu ponto de vista, Surdos e surdos sempre vão ser diferentes de um ao outro, porém devem respeitar por suas individualidades, não por individualismo, apreender a importância de compartilhar com experiências diferentes dos outros para entender como eles vivem, ao mesmo tempo podem conviver, se quiserem, com eles para trocar e encontrar possibilidades de viver melhor, como a coletividade.

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